Gorges du Verdon: até pouco tempo eu nunca tinha ouvido falar desse lugar. Mas eis que através dos blogs das amigas Natália do Destino Provence e Fabi do Loucos por Viagem, eu vejo algumas fotos e fico absolutamente fascinado.
Os blogueiros de viagem têm essa missão: de trazer imagens que inspirem os próximos viajantes. E nossa modesta intenção é fazer que você, que está lendo essa matéria e verá nossas imagens, se sinta inspirado e ansioso para conhecer logo a Provence.
Nós recomendamos como um dos lugares mais incríveis que conhecemos na Europa.
Depois de percorrer algumas das principais atracões turísticas da Provence, partimos rumo à Côte d’Azur, nossa próxima base ainda na França. No caminho, colocamos alguns lugares bem legais para visitar: os campos de lavanda de Valensole e os cânions do Gorges du Verdon.
Gorges du Verdon e Valensole: Dicas e Roteiro na Provence
Pedalando num dos cânions mais profundos da Europa
Destino: Campos de Lavanda
O dia não começou dos mais promissores. Dia escuro, até parecia que ia chover, não combinava nada com o que sonhamos com a Provence, ou ainda mais com o que tínhamos previsto para o dia: visitar os campos de lavanda.
Por isso, tomamos o café da manhã no Ibis com calma e depois subimos para terminar de arrumar as malas. Fomos sair lá pelas 9h.
No caminho, o tempo parecia que finalmente iria melhorar. Colocamos no Waze o nosso primeiro destino, Valensole, onde eu havia lido no post da Destino Provence, que era um bom lugar para ver os campos de lavanda.
Plateau de Valensole
São mais de 12.700 hectares de área, formados por plantações de lavanda e cereais (como o trigo, por exemplo). No verão, o azul da lavanda contrasta com o dourado dos campos de trigo, paisagem que inspirou pintores na Provence como Van Gogh e Cézanne.
Os campos de Valensole estão entre os mais importantes de lavanda do mundo. Os 300 dias de sol no ano também colaboram para que a região tanto se destaque.
A viagem até lá levou cerca de 1h, e o Waze foi nos jogando em pequenas estradas cercadas de belas plantações. Depois começaram a aparecer os campos de trigo e um pouco antes de chegar em Valensole, apareceram os campos de lavanda. Vez por outra eu pedia para o Cleber parar o carro, que começou a dirigir há pouco tempo. Tadinho, sofreu bastante tendo que encontrar soluções imediatas no meio da estrada.
Pedi para o Cleber parar o carro imediatamente, logo no primeiro. Fomos tirar fotos e ficamos por lá uns 30 minutos fazendo vários registros. Essa é a nossa vida. É possível caminhar por entre os campos de lavanda, só que esse processo acabou sujando nossos sapatos e consequentemente o carro. Melhor proteger o carro de alguma forma.
Os campos ainda não estavam floridos, como imaginávamos, por isso a saída foi buscar soluções de fotografia que valorizassem as cores que existiam. Quando terminamos, voltamos para o carro e seguimos adiante. Ainda fizemos outras paradas em mais dois campos de lavanda (um deles também tinha um campo de trigo ao lado).
Quando florecem as lavandas
As lavandas começam a florecer no final do mês de junho, então por questão de dias não vimos elas no seu apogeu. Mas a época é meio imprecisa, pois depende do clima: pode ser um pouco antes ou um pouco depois. A colheita da lavanda ocorre a partir do dia 15 de julho até o dia 15 de agosto. Fique ligado, no terceiro domingo de julho acontece o Festival da Lavanda.
Fonte: Village de Valensole – Site Oficial
Rota da Lavanda no Destino Provence
Moustiers-Sainte-Marie
Seguimos viagem. Não lembro exatamente em que momento, mas o Waze nos jogou no meio de uma cidadezinha, em um caminho por entre ruas super estreitas, que me deixaram super nervoso de ficar entalado com o carro por lá. Era tudo muitíssimo apertado, queria ter filmado mas estava tão desesperado que só conseguia pensar em tirar a gente dali.
Passamos pela cidadezinha de Valensole e depois foram mais alguns quilômetros até Moustiers-Sainte-Marie.
Moustiers-Sainte-Marie também está na lista dos mais belos vilarejos da França.
O cenário de início já impressiona: uma cidade na base de uma linda montanha, que já representa uma linha de proteção do vilarejo nos tempos antigos. A cidade tem uma história de mais de 30 mil anos, que teve sua origem e nome por causa de um monastério que se instalou por ali.
Não sabia exatamente o que encontraria, apenas que era um destino sugerido pelo blog da Natália. Depois lembrei que a Fabi do Loucos por Viagem tinha se hospedado lá.
Cidade da Faiança
O lugar é incrível, embora super pequeno. Na base da montanha, com lojinhas charmosas e restaurantes, uma cachoeira que deságua no meio da cidade e o cenário das montanhas bem próximo de tudo. Fique de olho no aqueduto, nas fontes distribuídas pelas ruas estreitas e as cerâmicas: a cidade é conhecida como Cidade da Faiança.
Mas nossa visita foi super rápida, já era 1h da tarde e ainda tínhamos o Gorges du Verdon para conhecer. Então foi aquela correria para percorrer alguns lugares, o Cleber apurando seu lado “mágico” para descobrir lugares potenciais para fotos.
Pronto, Moustiers conferido (ali também foi hora de abastecer o carro, 20 euros) partimos para Gorges du Verdon.
Fonte: Cité de la Faience – Site Oficial
Moustiers-Sainte-Marie no Loucos por Viagem
Parque Regional Natural do Verdon
Nesse momento de sair de Moustiers e chegar no Gorges du Verdon, vale a dica: há dois caminhos. Um com a indicação de Gorges du Verdon e outro com a indicação de Lac de Sainte Crox. Nós optamos primeiro para ir ao lago, pela estrada D957.
Lac Sainte-Croix
Logo que avistamos o lago, existe uma ponte e uma praia. Estacionamos o carro por ali e fomos alugar um pedalinho (15 euros por 1 hora e 30 euros para 2 horas).
1 hora pode ser o bastante se você for rápido, mas 2 horas é o ideal para fazer paradas para fotos (ou até para banho) e curtir o lugar com calma. Pedalar cansa um pouco, mas não muito. Em 2 pessoas, porém, fica um pouco mais fácil.
O cânion mais profundo da Europa: Gorges du Verdon
O passeio de pedalinho ou de caiaque é ideal para curtir toda a grandiosidade desse lugar. O negócio é curtir o cânion mais profundo da Europa. São cerca de 700 metros de profundidade e 50 quilômetros de extensão. Aliás, Gorges significa cânion ou garganta, e Verdon é o nome do rio que originou esse fenômeno.
A cor da água, bem verde, é impressionante. Mas o momento mais impactante é quando chegamos numa pequena queda d’água. Parecia um cenário de sonho.
Pedalamos até a cachoeira, e por lá ficamos tentando registrar fotos em diferentes ângulos. Em alguns momentos ficamos em pés no pedalinho, mas o barco continuava girando e era difícil pegar o fundo que queríamos. E confesso que tirar fotos sentado no pedalinho não é lá muito fotogênico, talvez fosse melhor ter cedido à preguiça e arriscar o caiaque mesmo, mas como não sei nadar, achei melhor não arriscar.
Além disso, a gente acabou não entrando na água pois ainda tínhamos viagem pela frente.
Percorrendo as bordas do Cânion
Depois do pedalinho, voltamos para o carro e eu não sabia como, mas queria pegar a estrada por cima das montanhas.
Voltamos e pegamos a D952 em uma rotatória, com a indicação Gorges du Verdon. A estrada é fantástica e era exatamente o que buscávamos. O lega é que existem vários pontos para parar o carro e contemplar o cânion de cima. Espetacular.
O problema é que depois rola um caminho com um enorme número de curvas, quase sempre bonito, mas muito cansativo. Foi mais 1 hora em estrada cheia de curvas para saírmos do Parque Natural de Gorges du Verdon, quase sempre acompanhando o rio Verdon. Mas a estrada é, definitivamente, cinematográfica.
Enfim, chegamos numa auto-estrada e foi mais 1 hora de carro até Nice. O dia foi cheio, cansativo (especialmente para o Cleber que foi dirigindo), mas um dos dias com as paisagens mais cinematográficas da viagem pela Provence.
© 2016 Fabio Pastorello. Todos os direitos reservados. A reprodução de textos e/ou imagens não é permitida sem prévia autorização do autor.
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12 Comentários
Boa tarde, jovens!
Pois é, pegar os campos de lavanda floridos depende do comportamento da natureza.
Em maio de 2013 o “Verão” entrou com 8 graus em Paris e ao chegarmos à Aix-en-Provence continuava frio. Por conta disso, as lavandas não deram o ar de sua graça.
Mas, como somos brasileiros e não desistimos nunca, retornamos no ano seguinte, em junho. Aí, sim, encontramos a Provence sonhada.
Como somos idosos e não temos desprendimento para alugar carro, fizemos os passeios com uma guia portuguesa, residente em Aix. Para nós valeu muito, mas… o ideal é alugar um carro. Parabéns à dupla. Blog bastante informativo, do jeito que eu admiro. Fotos lindas!
Saudações da Marilia
Olá Marilia. Muito obrigado por compartilhar sua experiência. Adoramos. É isso, não podemos desistir nunca, com certeza as lavandas mereceram os esforços. Abraços.
Em qual data vocês estiveram? Eu irei à Provence em junho (chego dia 26) e adoraria ver os campos de lavanda floridos.
Fabio, boa noite!!!
Seu blog está muito legal e esclarecedor. Eu e meu marido estamos planejando visitar essa região nesse verão e o meu sonho é correr pelos campos de Girassóis e Lavanda. Assim, gostaria de saber qual a data exata que vc esteve em Valensole? Muito obrigada, Ana
Amei suas dicas vamos para lá agora em julho! Estou sonhando com esse passeio! Escolhi Nice como base para 10 dias! Estou em dúvida como chegar em gordes du Verdon você poderia me dar as coordenadas para colocar no wase? Quero fazer a rota da lavanda e poder curtir o cânion! Obrigada
Amei o roteiro. Pretendo viajar para essa região no próximo verão para ver as lavandas. Grasse fica próximo?
Oi Jaciara. O trajeto é de cerca de 2 horas mas é um pouco cansativo, com muitas curvas. Abraços.
Olá Fábio. Qual foi a data que vcs visitarm os campos de lavanda? Estamos planejando ir na segunda quinzena de junho em 2017
Oi, Fábio. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Eba, que legal Natalie. Provence <3 Obrigadão.
Meu deus! Que lugar paradisíaco é esse.
Amei as imagens do Gorges du Verdon. Perfeito.
=D
Sensacional, né? Há lugares que realmente deixam a gente boquiaberto. Beijos.