Não sou muito fã de passeios em grupo, mas no caso de Chichén Itzá, que fica distante quase 3 horas de Cancun, tivemos que nos render a eles para facilitar nossa chegada. Mas ir de carro, caso você esteja com o veículo alugado, também pode ser uma boa opção, que não era o nosso caso.
O passeio, como de previsto, não foi lá muito bem organizado, mas serviu para os nossos propósitos de visitar tanto Chichén Itzá como um cenote na região de Valladolid. Confira a seguir os detalhes e como funciona o passeio, e algumas dicas de como escolher melhor sua forma de chegar nessa “maravilha”.
Conheça uma das sete maravilhas do mundo: Chichén Itzá
Quando se chega em Cancun, um dos programas quase obrigatórios é visitar o sítio arqueológico de Chichén Itzá. É o sítio mais preservado da Península de Yucatán e no seu auge, no século 13, chegou a ter 35 mil habitantes.
Leia também as dicas gerais do planejamento da viagem para Cancun e roteiro dia-a-dia, no post Planejando a Viagem para Cancun.
Como Chegar em Chichén Itzá
O lugar é distante, próximo da cidade de Mérida, mas para chegar é só contratar um passeio através de uma agência de turismo.
A melhor opção é de Cancun, que fica mais perto de Chichén do que Playa del Carmen. Por Tulum também há uma estrada que dá acesso para a região.
Vale a pena ir de carro?
Chegar lá de carro é um pouco mais cansativo, porque são umas 3 horas de distância, então é mais recomendável se você for pernoitar em alguma cidade próxima, como Valladolid ou Mérida. Mas se você encara bem esse tempo na estrada, aproveite.
Para quem tem mais tempo, é uma boa opção, pois na região de Mérida existem vários cenotes para conhecer.
Ou vale a pena contratar um passeio?
Para quem só tem um dia para conhecer a região, a melhor opção pode ser mesmo uma excursão em grupo. Praticamente em todo lugar existem balcões ou lojas oferecendo excursões para Chichén Itzá, seja de Cancun, seja de Playa del Carmen. Para escolher onde comprar, cabe o bom senso.
Além disso, como é um lugar que envolve muita história, no percurso o guia já transmite várias explicações sobre o local e na chegada, você também já tem a possibilidade de conhecer o sítio em companhia de um guia. Novamente, a qualidade do guia depende da empresa contratada.
Como escolher uma empresa para fechar o passeio
Prefira um lugar onde você possa visitar o escritório físico da agência, assim em caso de reclamação, é só voltar no mesmo lugar. Outra boa opção é reservar pelo hotel onde você está hospedado. Também em caso de reclamação, você contará com o suporte do hotel.
Não confie em tudo o que os vendedores falam. Eles farão de tudo para te convencer a comprar a excursão com eles, portanto, é preciso ficar atento ou buscar referências. No nosso caso, por exemplo, o guia nos informou que o primeiro destino do passeio seria Chichén Itzá, sendo que foi o último, e ficamos lá apenas 2 horas.
Nós reservamos o passeio num quiosque circular localizado na Plaza Caracol, que não recomendamos (infelizmente não anotei o nome da empresa). O valor total que pagamos era de 49 dólares por pessoa. Pagamos um pequeno sinal num escritório localizado no Shopping Caracol.
Quanto custa
Os valores encontrados variam muito, e vão desde 29 dólares (em lojinhas no Shopping Caracol) até 77 dólares (pelo XCaret Experiências), e podem significar variações no ônibus, na parada para o almoço incluída ou nas paradas.
Como os preços são em dólares, para pagamento, prefira pagar em dólares mesmo, já que se você pagar em pesos, eles utilizarão uma taxa de conversão não muito favorável.
Na internet, encontramos pacotes pela BestDay, mas não podemos recomendar os serviços porque não o utilizamos. Os preços nesse site estão acima da média.
Como Funciona
O vendedor prometeu que um carro iria nos pegar no nosso hotel, mas isso não aconteceu. Pegamos um táxi e fomos até o quiosque reclamar, onde o vendedor fez cara de paisagem e nos levou até o Shopping Caracol.
Na realidade, vários grupos estavam chegando e eram direcionados para uma fila, dentro do Shopping Caracol, onde se paga o restante da viagem. De lá, todos fomos realocados em 2 ônibus e às 8h de fato começa a excursão.
Ou seja, achamos o procedimento todo confuso e cheio de falhas.
A excursão
O guia do grupo chamava-se Moisés e era bem falante e divertido. Ele falou muito sobre os maias, sobre os lugares que iríamos conhecer e sobre o calendário maia, dizendo inclusive que o fato do calendário maia acabar em 21 de dezembro de 2012 não indicava o fim do mundo, mas o início de um novo ciclo. Fomos antes do suposto fim do mundo, previsto pelos maias.
Cenote Zaci em Valladolid
A primeira parada foi Valladolid, no Cenote Zaci, que não tem as águas muito convidativas (cheia de folhas), mas rendeu algumas boas fotos. É um dos cenotes abertos maiores da Península de Yucatán, e está localizado bem no centro da cidade.
Em Valladolid, uma cidade de arquitetura colonial no caminho para Chichén, a visita foi apenas de dentro do ônibus, ainda assim com pouquíssimas explicações sobre o local.
Valladolid é uma cidade história, de arquitetura predominantemente colonial. Pelo que vimos do ônibus, não achamos a cidade imperdível, mas como estávamos passando por ela, uma paradinha de 30 minutos não seria demais.
Parada na lojinha: inevitável em passeios em grupo
De lá, partimos para um cooperativa maia de artesanato, que Moisés enalteceu bastante como um lugar com produtos autenticamente maias e artesanato que merecia nosso investimento. Tudo muito caro, no entanto.
Ou seja, nessas excursões há sempre uma parada para compras que significa para o guia alguma comissão sobre as vendas. O pior é ainda ter que esperar aquelas pessoas retardatárias, que não cumprem o horário combinado, por causa de compra de lembrancinhas.
Almoço incluso
Depois foi a pausa para almoço, já por volta das 13h. O almoço estava razoável, em estilo buffet, e incluso no valor da excursão. Durante o almoço, há uma apresentação de dança típica, nada demais.
Chegamos por volta das 14h20 em Chichén Itzá, no que Moisés nos deu duas horas para conhecer tudo. Dividiu o pessoal em dois grupos, para aqueles que falam espanhol e inglês, para a partir daí fazer uma visita guiada, de cerca de 1h. Depois desse tempo, há tempo livre para fotos.
No retorno, a viagem não teve paradas e demorou mais para passar. Saímos por volta das 16h30 de Chichén e só chegamos por volta das 19h. O ônibus passou em todos os hotéis para deixar os passageiros. O guia e o motorista pedem propinas (gorjetas).
A conclusão da excursão foi que saímos às 7h da manhã e voltamos às 19h, para passar apenas 2 horas em Chichén Itzá. O lugar é distante, lógico, mas o que prejudica mais são paradas desnecessárias, como na cooperativa de artesanato, que tomam tempo do que seria a atração principal do lugar.
Chichén Itzá – O que fazer
De início, achei o sítio um pouco decepcionante, principalmente a pirâmide El Castillo e o Cenote Sagrado. Acho que a culpa foi um pouco de Machu Picchu, outra das maravilhas do mundo moderno que visitamos nesse ano, e que é muito mais bonito e interessante.
Uma cidade e não um pirâmide
Muita gente acha que Chichén Itzá é apenas a pirâmide (muita gente significa que eu fazia parte disso), mas a região está cheia de ruínas, é uma cidade.
Aos poucos fomos descobrindo outros pontos mais interessantes, e gostei mais.
O lugar está repleto de comerciantes de artesanato, que vendem as coisas muito baratas, mas da mesma forma que Moisés exaltou o artesanato na cooperativa, atacou veementente os comerciantes dentro de Chichen, dizendo que seus produtos são falsos ou de péssima qualidade. Não deu pra verificar isso, mas os produtos estavam incrivelmente baratos.
Chichén Itzá está entre as 7 novas maravilhas do mundo, da associação New 7 Wonders. Entre as maravilhas, também estão o Cristo Redentor, Machu Picchu e o Coliseu.
Localizada na Península de Yucatán, a civilização de Chichén Itzá foi uma das mais poderosas que o mundo maia conheceu. Além da cultura maia, Chichén também teve influência da civilização tolteca (do centro do México), que por exemplo compartilhava influências como a Chac Mool, a serpente emplumada e o culto à divindade Kukulcán. O auge foi no século V e do declínio dessa civilização no século XIII. Em 1988, Chichén foi incluída na lista dos Patrimônios da Humanidade da UNESCO.
Principais Atrações
El Castillo – Pirâmide de Kukulcán
É o cartão postal de Chichén Itzá e o grande destaque do sítio.
A pirâmide foi erguida em homenagem ao Deus Kukulcán, e a construção representa o calendário maia, cada degrau é um dia do ano, somando 365 degraus.
Outro destaque é que a localização foi feita de forma que, em determinada época do ano, a sombra forma uma serpente, a “Serpente Emplumada”.
A pirâmide não pode ser mais escalada, para que seja preservada. Portanto, se você quer escalar um pirâmide (e é um programa realmente imperdível), as opções são as pirâmides nos sítios de Teotihuacan (próximo da Cidade do México) ou Cobá.
Jogo de Pelota
O jogo era uma representação da batalha entre o dia e a noite. Em outros lugares, ouvimos que o jogo poderia representar até a morte para o perdedor.
O campo de Chichén é o maior da Mesoamérica.
O objetivo é acertar a bola pelos círculos, sem usar as mãos ou os pés, apenas com os quadris. No X-Caret, é possível ver uma representação desse jogo, bem interessante pelo grau de esforço e domínio que os jogadores deveriam ter para acertar a bola no círculo.
Templo dos Guerreiros
Achei um dos mais imponentes e interessantes do sítio.
O lugar é enorme, conta com 1.000 colunas (supostamente a área teria servido como um mercado) e de imagens de Chac Mool e da serpente emplumada.
Observatório
Quando se pensa em cultura maia, lembramos do calendário maia e da previsão do fim do mundo, então é notável a importância que a astrologia teve para essa cultura.
O observatório, também conhecido como Caracol, era o lugar adotado pelos maias para seguir os traços de Venus, do Sol, da Lua e de outros eventos cósmicos.
Esses são alguns destaques, o lugar reserva uma série de outras informações, que em 2 horas de visita não pudemos explorar. No passeio em grupo está incluso um tour guiado, que levaria cerca de 1h, o que nos deixaria apenas 1h para fotografar o lugar, portanto acabamos abandonando o guia.
Mas recomendo a visita guiada, para aqueles que não fazem tanta questão de fotos e gostam de conhecer mais histórias e curiosidades sobre os lugares.
FICHA TÉCNICA:
Título: Passeio em grupo até Chichén Itzá
Direção: Chichén Itzá, México
Produção: Agência de Turismo em Cancun
Roteiro: Plaza Caracol, Valladolid, Cenote Zaci, Cooperativa de Artesanato, Almoço e Sítio Arqueológico
Elenco: Fábio Pastorello e Cleber Alcântara
Fotografia: Fábio Pastorello
O melhor: obviamente, visitar as ruínas do sítio arqueológico, mas o que mais me impressionou não foi a pirâmide de El Castillo e sim o Templo dos Gerreiros
O pior: o passeio todo foi cheio de erros, se tiver alternativas, evite ir em passeios em grupo
Duração: 12 horas
Ano: 2012
País: México
Gênero: Natureza, História, Cultura
Avaliação: ★★★
57 Comentários
Oi, Thais. Que legal, obrigado pela visita, espero que curta bastante. Abraços.
Incríveis os seus posts. Obrigada por compartilhar, em fevereiro estarei em Cancun e estou pegando várias dicas aqui. Lindas fotos!! Lugares maravilhosamente perfeitos!
Ops. Valeu pelo toque, já está corrigido. Abração!
Caro Fabio, o mapa postado no início do blog está incorreto. O Chichen-Itza do mapa postado é um bairro de Mérida. Chichen-Itza "real" fica a poucos kms de Valladolid.
Olá, Maurício. Eu acho que compensa sim, gostaria de ter feito isso. Se eu pudesse, faria uma viagem só para explorar todos os cenotes, são incríveis. Abraços.
Bom dia Fabio,
1° muito bom o post.
2° Mérida está próxima de Chichén Itzá. Compensa ficar hospedado por lá uns 02 dias pra conhecer Chichén Itza com mais calma e até mesmo os cenotes da região? Ou os melhores cenotes estão em Tulum e o passeio a Chichén Itza é sempre corrido?
Maurício.
Olá Joice. Consegue contratar no local sim. Abraços.